O Autor:
Avatar dinâmico em testes

Nome: Francis Karsaeras
Local: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, BR
Idade: 25 Anos
Características: Inexplicavelmente, passa sufoco quando chove e em testes psicotécnicos, sem causa aparente.
Signo: Gêmeos, mas faz diferença?
Caso tenha gostado, deixe um comentário que entro em contato o quanto antes. Obrigado pela visita.


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Expandir || Contrair

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domingo, setembro 03, 2006

Tudo Por Um Anel - Capítulo 01


Bem vindos.

Não sei quanto a vocês, mas para mim é com bastante felicidade que quebro a garrafa para abrir oficialmente este local. E quebrar garrafas é comigo mesmo.

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“Quando se perde tempo demais olhando apenas em uma mesma direção, deixamos de ver o que há de melhor nas outras.” (Francis Karsaeras)

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If I jump in this fountain, will I be forgiven?
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Escuridão total. Não consigo enxergar absolutamente nada, sendo totalmente indiferente estar usando ou não os óculos escuros. Automaticamente aliso o meu pulso direito e lamento a falta de certo objeto. A indignação é automática. Prestando um pouco mais de atenção no ambiente, a umidade desse local é absurda, e isso é a única coisa que consigo ter certeza aqui. O barulho discreto de goteiras junto com o de água correndo de algum lugar para outro explica o porquê do frio e de eu estar todo encolhido em um canto qualquer. Com muita dor, me esforço para esticar as minhas pernas vagarosamente e assim saber se eu posso colocar os pés no chão. Oh, não, nem rola, está tudo alagado abaixo deste degrau. Ao tocar a ponta do pé direito na água gelada, um choque consome meu corpo e me remete uma avalanche de memórias que talvez indiquem como fui parar ali. Porém, elas vêm tão rápido que não consigo captar e processar. Enquanto isso, o tempo não indica o quanto correu.

Acordo agoniado buscando respirar. As vias respiratórias queimando de dor, caçando um ar que não vinha. Agora o desespero começa a se fazer presente, pois estou molhado até a alma, com um frio matador, e a cabeça está rodando a mil por hora. Além disso, continuo sem enxergar nada, o nariz está sangrando e não paro de cuspir água. Os músculos retesados se contraem cada vez mais para combater o frio. Só não terei câimbras porque o corpo arrepiado não para de tremer. Apesar de tudo e contrariando a vertigem, a qual insiste em me manter caído, luto para me por de pé e encontro a determinação necessária para descobrir uma saída desse buraco. Nem interessa mais saber onde eu estou, só quero mesmo é me mandar daqui. Torto, mas de pé, abro os braços e assim dou uns dez passos para esquerda. Nada. Volto para a posição inicial e faço o mesmo para a direita. Nada. Repito para frente e para trás e continuo na mesma. “Devo estar num salão bem grande!”, penso. Mas o tempo não indica o quanto correu.

No entanto, continuo a ouvir o sussurro de água correndo. Eu vou é para lá já que não tenho nada a perder mesmo. Afinal, se ficar parado aqui morro congelado, o que seria no mínimo irônico a alguém que faz apologia ao frio. Tentando seguir nas trevas um som que nem tenho idéia de onde vem e para onde deve ir, se é que realmente existe, ando tremendo de frio em uma direção ser o destino mais provável desse sussurro. Parece que a cada movimento, a cada passo, adentro ainda mais na escuridão de uma noite solitária cujo véu de sombras se pôs sobre mim. Enquanto meus dentes batem de frio, tento organizar nos meus pensamentos toda a bagunça que se formou. Imagens de centenas de pessoas voam pela minha cabeça dolorida, mas dentre tantas, algumas tornam a aparecer várias vezes nas mais diversas situações. Simpatia e afeição surgem por elas imediatamente. Mas quem são? E se as conheço, por que não lembro do nome delas? Engraçado, só uma dentre todas parece me ser tão especial que fica o tempo todo na minha cabeça. Gosto do sorriso dela, da cor de seus olhos e cabelo. Os gestos em que faz, até mesmo o tom de sua voz me agrada mais que qualquer outro que tenha lembrado. Sou capaz de recordar até mesmo o cheiro de seu perfume. Mas onde ela estará agora? No que estará pensando? Dou um sorriso, já que se nem sei onde estou, de que me adianta saber onde ela está. Contudo, o tempo não indica o quanto correu.

De repente, uma tristeza profunda me toma. Não por culpa de não entender o que faço aqui, mas por não estar perto desses os quais recordei. Pensamentos nefastos me assolam por conta do vazio que estou sentindo agora. Minha presença aqui é fruto da minha própria culpa. Por Deus, este sentimento me flagela o tempo todo é quase tão insuportável quanto à saudade súbita que sinto dela. Como eu desejo revê-la. Só mais uma vez, e não viver neste mundo assustador, escuro e frio. Droga, droga, droga. Então me abaixo levando as mãos à cabeça e permito que as lágrimas desçam com liberdade pelo rosto. Compulsivo, meus joelhos batem no fundo. A cabeça se curva, enfim me deixando rendido ao desespero total. Por um longo tempo me mantenho assim até recuperar o controle. Só então é que noto que a água está batendo em minhas costas suavemente, como se estivesse decidida a ir a uma direção. Ao levantar os olhos, um pequeno ponto de luz. Não dá para discernir a distância, mas saio desembalado naquela direção. Tanto eu quanto o tempo não sabemos o quanto corremos.



6 Comentários:

Anonymous Anônimo argumentou:

Gostei.

Melhor que aquele outro espaço do msn.

Cabe até mais coisa hoje em dia =p

o/

1:06 AM  
Anonymous Anônimo argumentou:

Ps: Aproveita e republica tudo aqui.

Faz posts (não sei se é possível, mas pode ser) usando datas mais antigas - ou editar o primeiro post e por aí vai até chegar lá) e junta tudo que escreveu no fotolog em um lugar só e mais acessível.

*e sem limite de caracteres.

1:07 AM  
Anonymous Anônimo argumentou:

oi... XD
só pra dizer que eu li

9:20 PM  
Anonymous Anônimo argumentou:

vou comentar de novo só pra não perder o costume...
beijocas

2:51 PM  
Anonymous Anônimo argumentou:

oi mininu!!!!
Sinceramente não lí o post pq só passei pra passar o endereço do blog que vou postar, o broken tá muito mórbido para a minha nova fase de vida, então estou reativando um outro antigo endereço.
http://wordwind.weblogger.terra.com.br

11:29 PM  
Anonymous Anônimo argumentou:

Interessante, fiquei com vontade de ler o segundo capítulo :P

Só achei q o título está um pouco gay, aliás um gay desesperado... :D

foi mal, mas eu tinha q zoar :P

Escreves muito bem!

abraço

5:43 PM  

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