O Autor:
Avatar dinâmico em testes

Nome: Francis Karsaeras
Local: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, BR
Idade: 25 Anos
Características: Inexplicavelmente, passa sufoco quando chove e em testes psicotécnicos, sem causa aparente.
Signo: Gêmeos, mas faz diferença?
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quarta-feira, novembro 08, 2006

Tudo Por Um Anel - Capítulo 05


“Sorria, vai ficar pior depois.” (Francis Karsaeras)
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Dando uma nova definição a palavra encharcado, noto como gostaria de ter um limpador de pára-brisas no óculos escuro. Por sinal, é sobrenatural a capacidade deste em ainda estar aqui depois de tanta confusão. Meu estômago não quer mais saber de dificuldades, mas Murphy sim. Insatisfeito com a quantidade de sacanagens pelas quais me fez passar, ele agora me lembra que a casa estava em uma planície, e eu em um planalto. Entre nós, um tobogã radical chamado barranco enlameado. Para amenizar a quantidade de arranhões, tive a chance de agarrar uma folha de bananeira gigante e usar como “prancha” para deslizar sobre a lama. Tô de mal com o tempo: “Corta aqui, ô!!!”.

Depois da idéia genial de usar uma folha de bananeira como prancha, fiquei parecendo um bife a milanesa podre com um motor de britadeira abdominal, tamanho os uivos do Cavaleiro do Apocalipse. Ao menos o temporal cessou. Contudo, sigo a marcha sem parar rumo ao destino agora certo. Eu estou tão mau que nem os mosquitos que antes se refestelavam com o meu sangue se aproximam de mim agora. No mínimo estão pensando que minha validade venceu. Só não sei se isso é bom ou ruim. E a lua sobre mim pairava, indicando que o tempo de minha jornada acabava.

Estariam meus olhos me pregando uma peça. Bom, não seria a primeira e nem a última. A casa. Estou tão próximo dela. ALELUIA. Dando o último gás, vôo baixo até o alpendre da casa, rasgando por entre os jardins e horta, ambas repletas das mais diversas espécies vegetais saborosamente comestíveis. Do outro lado, animais pastando e saboreando a água abundante recém chegada do céu. Sou até capaz de chamá-los pelo nome. Afinal, sou o dono deste lar. O senhor deste castelo. Eu estou com fome e quero um banho. Pouco importa se o tempo correu.

Quase alcançando a varanda, vejo a dona do rosto que tantas vezes vi em minha mente. Sorrindo para mim, as lágrimas misturam preocupação e alívio. Ela me abraça e não dá a menor importância para meu estado de calamidade publica. “Pensei que tivesse morrido”, ela me confessa. “Bom, oportunidade não faltou, mas preferi ficar e te devolver isso”. E ao retirar a mão no bolso do que já foi uma calça, mostro a ela um pequeno objeto circular e brilhante, que ao ser entregue, é imediatamente posto em um dedo específico da mão esquerda. “Você encontrou!”, ela me fala dentre muitas lágrimas. “Lógico, sei o quanto isso é importante para você.”. Então conto todo o ocorrido desde ter achado a aliança lá nas campinas altas, além de ter caído na armadilha da represa que as ninfas rastreadoras montam. Acho que bati a cabeça quando caí no fosso, e demorei a me recuperar do impacto e do susto. A única coisa que sei é que perdi o meu relógio na zorra toda e com isso total noção do tempo.

Transbordando de felicidade, ela corre como uma pata devido à gravidez e traz o meu amado relógio. “Quando você soube que eu tinha perdido a aliança, saiu daqui tão rápido que o esqueceu na mesa.”, fala, retirando um peso enorme da minha consciência. Eu seria uma pessoa ainda mais relapsa com a pontualidade se eu o tivesse perdido. Um bom banho e uma ótima refeição são realizados em seguida. São exatamente duas da manhã.

Dois dias depois, o macaquinho dedo-de-seta aparece todo enfaixado na minha porta, amparado por uma ninfa rastreadora não menos prejudicada. Coincidentemente, é a mesma da praia. O pensamento de tentar conter o meu sorriso mórbido de vingança passou pela minha cabeça e foi embora na velocidade da luz. Com eles, uma estranha porém feliz notícia. Em meio ao caos, o amor se anuncia da forma mais esquisita. Eles traziam um lindo convite de casamento feito pelas ninfas com absoluta certeza. Nele dizia que o Gorilão Chefe e a mistura de dragão-mamute-tartaruga se apaixonaram no meio do confronto e vão se casar! E minha presença é fundamental, pois foi graças a mim que eles se conheceram. Após perguntar qual seria o rango oferecido – que tive a garantia que não seria eu e nem meus acompanhantes – confirmei presença na boca-livre bizarra. Mas era explícito que o macaquinho tava a fim de uma revanche, todavia ainda não tem a disposição para encarar. Falta-lhe um pouco mais de experiência advinda com o tempo.

Por fim, volto para minha casa e conto a minha esposa as felicitações doidas e as causas delas. Passamos uma tarde de intensos, contínuos e agradáveis risos. Como disse antes, nada na minha vida é fácil e é uma coisa absurda eu ter que lutar o tempo todo até o fim. Mas ainda bem que por mais insano e impossível pareça, eu consigo arrancar um resultado positivo junto com um final feliz para tudo. Pode até ser culpa de Murphy (e deve ser mesmo!!!), que vive me usando para seus propósitos sombrios, perversos, irônicos e sarcásticos. Sinceramente, que se foda, nas últimas do segundo tempo deu certo, não deu?

------------ .Fim. Sério Mesmo. Eu não tô zuando. Acabou. -------------------

1 Comentários:

Anonymous Anônimo argumentou:

Finalmente li o final da história! hehe Adorei o macaquinho!!!! Beijos

8:18 AM  

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