O Autor:
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Nome: Francis Karsaeras
Local: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, BR
Idade: 25 Anos
Características: Inexplicavelmente, passa sufoco quando chove e em testes psicotécnicos, sem causa aparente.
Signo: Gêmeos, mas faz diferença?
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quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Piratas - Capítulo 004 – Invasores de Alma - Parte 1

A morte é apenas mais um porto
aos que navegam em um infinito azul.
É o momento que para um morto
a bússola aponta para o Sul

(Trecho extraído de “O Outro Lado”, de Vicentino Malta Gers. O senhor V.M. Gers é um escritor renomado e bastante popular sobre contos poéticos de temática fúnebre no Mundo dos Sonhos).

Por um fugaz momento acreditou-se que os ataques haviam finalmente cessado, pois um silêncio sepulcral pairava denso sobre o porto. Nada além de um suave e contínuo assovio era capturado pelos ouvidos do Capitão Drake. Absolutamente tudo, inclusive o seu fôlego, foram postos em segundo plano frente ao gigantesco pesadelo que flutuava solene como uma sombra do Mal eclipsando o Sol e negando Luz e calor aos que estavam na costa, enquanto finalizava sua manobra de aproximação. Devido as suas dimensões descomunais, esse destróier do tamanho de uma pequena refinaria, com incontáveis deques
[1]
de altura, estava parado distante da costa e ao mesmo tempo dar a impressão de que estava atracado no porto.

Ao olhar diretamente a proa do Tirano de Almas, o Capitão Drake desperta do torpor que se encontrava ao cruzar o olhar com um homem de chapéu e capa. Mesmo sem ambos nunca terem se visto anteriormente, os dois sabiam quem possuía a voz de comando de suas tropas. Intuitivamente, ele sabia que aquele era o lendário e temido Comandante Araioses. Este, com um único sorriso, revelava o que ia em sua mente e resumia toda a situação.
Tente defender-se”, “Torne este ambiente mais interessante”, “Lute. Lute até o seu último minuto como um rato encurralado”.
E com brilho que oscilava do vermelho ao amarelo surgia de um rosto oculto pelas sombras.

- Mafra, Jaru! – Gritava Drake ao desembainhar a sua espada para reluzir a pouca luz que não fora bloqueada pela nau invasora. Ao ver a atenção de seus homens sobre si, continuou - Preparem a bateria para o ataque aéreo que virá. AGORA!!! – E os dois partem rapidamente para um grupo de galpões semi destruídos, próximo a onde existia o Relógio da Torre de Orações. A correria deles acaba por acordar boa parte das tropas entregues ao medo para o seu dever.
- Icatu, Timon, Duprat, Gaspari – Os quatro subcomandantes atentaram-se as palavras do superior após desviarem lenta e simultaneamente a cabeça do pesadelo náutico. - Organizem suas colunas defensivas conforme ordenei. Vocês ficarão no flanco direito. Movam-se agora, porra!

Demonstrando uma fibra inabalável frente à derrota certa, bem como o seu histórico da incrível capacidade de sair-se vitorioso de batalhas perdidas, os seus comandados tinham uma confiança, respeito e lealdade cegas a ele ao senso de comando. Tornara-se mais que um superior, transformou-se em uma referência e um exemplo a todos, a ponto de ser reconhecido até pelo Senhor do Mundo dos Sonhos. E isto era vislumbrado nesse exato instante, quando eles o viam brandindo sua espada acima da cabeça, refletindo o Sol em seus olhos, captando sua atenção e fazendo as suas ordens chegar fundo na mente de cada um. Individualmente, eram removidos do choque, sendo relembrados de precisavam garantir tempo para que a população saísse do Balneário Pinheiro natalino.

Bradando com ferocidade, o Capitão Drake mantinha o tom de voz enérgico; Agora, quatro coluna de soldados seguiam para a defesa do flanco esquerdo. O resto se manteria com ele.

Da proa do Tirano de Almas, o imediato Torik aguardava instruções. Com sua compleição bruta, o rosto quadrado, queixo largo, orelhas deformadas, dentes cinzas, tortos e pontiagudos. O tronco era largo tal qual suas pernas e braços. Os seus olhos tinham um estranho desenho, repuxados para cima no lado mais externo rumo as têmporas avantajadas. Porém se estreitavam conforme seguia rumo ao nariz largo e achatado. A íris em formato de cruz com a cor laranja contrastava violentamente com o globo ocular negro. O seu senhor e superior, de porte físico bem menos avantajado que o seu, encontrava-se diante de si.

Com um pouco de observação já bastaria para entender o pavor que tanto Torik quanto toda a tripulação sentia pelo comandante Araioses, pois a cada movimento dele revelava um negrume permanente ao seu redor. Uma aura palpável de maldade. Suas capas esvoaçantes davam a ilusão de asas do mal. Ao caminhar, emitia um rastro de desespero e um ranço de agonia interminável. Nada continuava vivo por muito tempo após a sua passagem. O ar se tornava irrespirável. A água virava ácido sulfúrico concentrado. Vegetais transformavam-se em poeira, que carreados pelo vento sufocante, penetravam nos poros da pele tanto quanto adensavam ainda mais o ar após a sua passagem. Não portava arma nenhuma. Jamais elevava a voz, bem com não temia um motim ou qualquer tentativa de insubordinação. Ainda assim, raramente desembarcava, simplesmente por não haver necessidade graças à eficiência de Torik em cumprir as suas ordens. Mas hoje ele estava encantado com este balneário. Finalmente, após uma longa procura, Araioses sente a proximidade de seu objetivo. Tão perto que podia se dar ao luxo de uma pequena diversão como há tempos na tinha. De pé, com o corpo oculto sob sua longa e bela capa negra, a qual refulgia o Sol em seu crepúsculo agonizante, fala com uma voz suave e tranqüila, porém sem ocultar o timbre mortal:
- Torik, corrija-me caso eu esteja enganado, mas aquele com a espada não é o famoso Capitão William Drake? – Torik cuidadosamente se aproxima e coma cabeça, confirma a informação. Sob a sombra de seu chapéu de abas largas, Araioses observa com o canto dos olhos seu subordinado.
- Torik, quando irá me corrigir?
- Quando o senhor estiver errado, senhor.
- Teremos alguma tentativa de resistência hoje. - Continua o comandante, agora sorridente e satisfeito com a resposta que obteve. É uma diversão particular ver como seu feio comandado se sai em situações tolas, mas que exigem uma perspicácia inteligente e respeitosa nas respostas.
– Cesse as gárgulas. Quando o Sol sumir, desembarcaremos. Vamos no exercitar um pouco com a soldadesca. O Capitão Drake se manterá intacto. – Mantendo o sorriso inquietante, prossegue - Ele merece algo mais refinado. Digno de sua história e conquistas.

Girando sob os calcanhares, o comandante do Tirano de Almas se dirige a sua cabine a fim de se preparar para ir a terra. Quando a última gárgula adaptada ao canhão de extremo alcance termina de lançar seu projétil flamejante, ainda de costas e com os olhos suavemente apertados ao mirar Torik sobre o ombro direito, agora mais do que nunca se assemelha a um Anjo Negro, Araioses ordena:
- Libere os Invasores de Alma. Eu não quero que ninguém dessa cidadela escape! - E com um ímpeto na voz pouco usual que fez sua própria tripulação estremecer de medo, conclui - Ninguém.

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Parte 2 desse capítulo neste final de semana, com absoluta certeza. Afinal, como será morrer no Mundo dos Sonhos?

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3 Comentários:

Blogger Climão Tahiti argumentou:

Foda.

Pena que curto =p

Queria ver sangue! \o/

E mortes, claro... Adoro vilões =p

2:10 AM  
Blogger Climão Tahiti argumentou:

Atualiza! \o/

3:58 AM  
Blogger Nanda Muniz argumentou:

Haa agora eu quero ler o resto !!!
Dá pra ser ?!?! Rsrsrs

Tá muuiro show

Até eu estremeci de medo Araioses

e tb gostei dessa frase:

Tente defender-se”, “Torne este ambiente maisinteressante”,
“Lute. Lute até o seu último minuto como um rato encurralado”.

Haaa é isso moço
Bjks

12:57 AM  

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